A dinâmica da velhinha e do soldado é excelente para convidar seus alunos a experimentarem a empatia, ou seja, a se colocarem no lugar de outra pessoa.
E a proposta do exercício é exatamente esta: como será ter o corpo de uma pessoa idosa? E de um soldado?
Descrição
Reúna o grupo em um círculo. Sugira que fechem os olhos, relaxem o corpo, e fiquem em uma posição neutra e confortável. Aos poucos, peça que se imaginem como uma pessoa bem idosa, e comecem a reproduzir, no corpo, como é esta pessoa. Você pode até sugerir posturas e sensações com perguntas:
- Como é a postura deste idoso?
- Como é seu pescoço? E seus ombros? São rígidos ou curvados?
- Você precisa apoiar seu corpo em algo para se locomover?
- Você sente dores?
Dê alguns minutos para que todos construam o corpo do idoso. Depois, sugira que voltem ao normal, aos poucos.
Em seguida, você pode estimular o grupo a pensar agora no corpo de um soldado. Novamente, de olhos fechados, cada um deve se imaginar como soldado e começar a reproduzir no corpo a postura deste personagem. Novamente faça perguntas:
- Como é sua postura?
- Como estão suas pernas? E seus ombros? O peito está estufado? E o pescoço, está relaxado ou tenso?
- Você tem sentimentos? Quais?
Dê mais alguns minutos, conduza todos a voltarem à posição normal. No final, faça um roda de compartilhamento de experiências e descobertas!
Objetivo
A idéia deste exercício é experimentar na prática (no corpo!!) como é estar no lugar do outro. Literalmente, nos colocamos na pele do outro. Isso é empatia. Você pode facilitar o exercício com mil personagens. É legal escolher alguns mais "caricatos", como fizemos com a velhinha e o soldado, e distantes da realidade do grupo, para estimular sensações novas.
Guia de referência para trazer a Liderança do Coração para a prática educativa
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Empatia: terceiro encontro
O terceiro encontro do Líderes do Coração teve como tema a empatia!
Uma novidade deste encontro, e que continuará nos próximos,
é a divisão do grupo de educadoras em quatro
tochas: liderança, corpo, arte e comunicação.
A idéia é que todos co-criem cada vez mais as dinâmicas do
encontro e as atividades e pesquisas que acontecem fora do encontro – inclusive
a produção deste blog!
Por isso, cada tocha ficou responsável por refletir e criar
atividades relacionadas a um dos temas. Com isso, já tivemos a Márcia e a
Joseane facilitando, pela primeira vez, exercícios de biopsicologia. Foi
ótimo!!
Para falar de empatia, voltamos nossa atenção para a
coluna. Em dupla, fizemos um exercício de massagem na coluna do outro,
reconhecendo suas vértebras... Tocar a coluna do outro, o seu eixo, é uma ótima
forma de empatizar.
O exercício da coluna e algumas de
nossas práticas geraram reflexões bem legais sobre os limites do
corpo... A Márcia falou de um vídeo, a Kisi falou sobre atletismo e saúde...
Leia mais neste post aqui!
A partir deste exercício, experimentamos outra atividade de
corpo muito legal para trabalharmos este tema: o exercício da senhora e do
soldado. Você pode ler um texto para aprender a facilitar este exercício aqui
Todos reunidos procuraram, primeiro, experimentar como
seria ter o corpo de uma senhora de idade. Como é sua postura? Como ela se
apóia? Seus ombros são curvados? Ela sente dor? Depois, todos procuraram
perceber como é o corpo de um soldado. Ele é flexível ou tem um porte mais
rígido? Como é seu peito? Como ficam suas pernas? Quais sentimentos
experimentamos durante a vivência como soldado? Raiva, ansiedade, medo? E
enquanto "velhinhas", o que sentimos?
A partir do momento em que todas experimentaram como é se
colocar no lugar de uma pessoa bem diferente, foi hora de lembrar das nossas
práticas. Quais delas poderiam ajudar a velhinha a ter menos dores? Quais delas
poderiam diminuir a tensão do soldado? Juntos, lembramos da rotação de cabeças
e ombros, do balanço do elefantinho.
Também experimentamos a empatia num exercício de contação
de história em dupla: cada pessoa contou uma história pessoal para a outra. Em
seguida, foi hora de contar a história do outro como se fosse você que tivesse
vivido. Esta brincadeira de "troca de papéis", aliás, pode virar uma
dinâmica, e render momentos ótimos. No nosso encontro, por exemplo, a Kisi contou, como se fosse sua, uma
história da Daiana,
que envolvia um cachorro que teve que ser transportado - escondido - no ônibus,
e que só não foi abandonado pela rua porque a Daiana ama cães. Detalhe: a Kisi
não gosta de cães! E, no entanto, quando ela contou, na primeira pessoa (usando
"eu", "meu cachorro", e não "ela"), todos
acreditamos que a história tinha sido vivida pela Kisi. Ela empatizou
totalmente com a aventura da Daiana!
E, para fechar, cada tocha ficou com sua tarefa para
apresentar no próximo encontro!
terça-feira, 28 de junho de 2011
Dinâmica: contar histórias com objetos da caixa
Se alguém sugerir que você conte uma história de improviso,
você pode achar difícil a princípio, mas logo descobrirá que isso pode ser
muito divertido!! Fizemos esta dinâmica no segundo encontro do
Líderes, com apoio de objetos dentro de uma caixa, e o resultado foram muitas
risadas e histórias surpreendentes!
Descrição
Monte
uma caixa cheia de objetos quaisquer (bonecos, relógios, garrafas, canetas...).
Quanto mais estranhos os objetos, melhor! Organize duplas ou grupos de três ou
quatro pessoas. Sugira que uma dupla comece: um irá contar uma história de
improviso, e o outro irá retirar alguns objetos da caixa durante a contação do
colega. Assim que o objeto for retirado e mostrado para o contador, este terá
que dar um jeito de colocar o nome do objeto na sua história. Mesmo que não
tenha nada a ver!! Depois de uns cinco minutos de contação, sugira que a dupla
troque de papéis, e o contador passe a retirar objetos da caixa, enquanto o
outro experimenta contar uma história. Uma dica boa é cobrir a caixa com um
lenço ou tecido, para ninguém ver o que tem dentro.
Objetivo
A
dinâmica é ótima para trabalhar a capacidade de improvisar e a criatividade!
Pode ser aplicada em aulas com crianças maiores e com adolescentes.
Dinâmica: Passar palmas
A dinâmica de passar palmas é muito simples e gostosa, e
foi usada no segundo e no terceiro encontros dos Líderes do Coração!
Essa
atividade, que costuma ser usada em ensaios teatrais por estimular a
presença e a criatividade, é ótima para crianças e também para adolescentes!
Descrição:
Sugira
que o grupo comece a caminhar pelo espaço, sempre procurando ocupar o local de
forma equilibrada, sem deixar espaços vazios. Após um tempo, explique que você
vai introduzir uma palma no grupo. A palma - pode ser também um objeto como uma
bolinha ou um bastão - deve sempre passar de uma pessoa para a outra, e só pode
ser passada se a pessoa que está com a palma olhar nos olhos da pessoa que vai
receber. Depois de um tempo, você pode introduzir mais palmas, ou mais bolinhas
e bastões no grupo. A idéia é sempre evitar que a palma ou objeto se perca!
Objetivo:
Esta
dinâmica é ótima para trabalhar a presença, a atenção e a conexão do
grupo. Todos precisam ficar atentos para receber as palmas a qualquer
momento! Para trabalhar também a criatividade, sugira que, antes
de passar uma palma, a pessoa tenha que fazer algo inusitado, como uma careta
ou um gesto exagerado. É bem gostoso!!! Fizemos esta variação do exercício nos
encontros!
Dica: Como esta é
uma dinâmica que envolve movimentação pelo espaço e exige mais do corpo, é
ótima para momentos em que o grupo está mais disperso - depois do lanche
ou do almoço, antes de começar uma atividade que exigirá mais concentração...
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Coerência: segundo encontro
O segundo encontro de aprofundamento do Líderes do Coração aconteceu, pela
primeira vez, na biblioteca do CEU Pêra Marmelo, que está contribuindo com
o projeto disponibilizando
espaço para nossos encontros mensais.
Neste dia, trabalhamos bastante com a contação de
histórias, com base na coerência.
Para isso, lançamos algumas perguntas: “O
que essa história (que li ou que contei) tem a ver comigo? O que vivi tem a ver
com ela? O que não vivi? O que gostaria de viver?”
As dinâmicas do encontro foram, em grande parte, voltadas
para o teatro e a contação de histórias. Vamos destacar duas que são muito
divertidas e que podem ser aplicadas em sala de aula, com crianças e também com
jovens:
Outro momento muito gostoso do encontro foi uma contação de
histórias baseada em três livros:
O homem que dava cambalhotas – conta a história de um senhor que chega em uma cidade e
resolve dar aulas de cambalhotas. A população, a princípio bem indiferente e
até contrária à iniciativa dele, acaba sendo contagiada pela alegria e pela
nova maneira de ver a vida que as aulas proporcionam.
O Grúfalo – Julia
Donaldson – conta a história de um ratinho muito esperto que consegue fugir dos
seus predadores, animais maiores da floresta, graças à sua esperteza. Com toda
sua astúcia, o ratinho escapa até do misterioso Grúfalo. Aliás, você sabe o que
é um Grúfalo? Clique aqui para conhecê-lo melhor!!
Sob o céu infinito – Rie Osanai – conta a história comovente de um pássaro que
superou algumas dificuldades graças à amizade do gato Mugi.
As participantes formaram três grupos, e cada grupo recebeu
um dos textos para ler e contar para todos no final. Foi muito legal! Dois
grupos optaram por uma contação bem teatral, com jeito de cena mesmo, e o
último, que ficou com o texto Sob
o céu infinito, optou por uma leitura bem emocionada – super
coerente! – da história do pássaro e do seu amigo, Mugi.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Poema: um encontro
E por falar em empatia, tema do terceiro encontro do Líderes do Coração, a Joseane lembrou de um poema de Jacob Levy Moreno, criador do Psicodrama:
Um encontro entre dois: olho a olho, cara a cara
E quando estiveres perto arrancarei teus olhos
E os colocarei no lugar dos meus.
E tu arrancarás os meus olhos
E os colocarás no lugar dos teus.
Então te olharei com teus olhos
e tu me olharás com os meus.
E quando estiveres perto arrancarei teus olhos
E os colocarei no lugar dos meus.
E tu arrancarás os meus olhos
E os colocarás no lugar dos teus.
Então te olharei com teus olhos
e tu me olharás com os meus.
Lindo, não?
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Como realizar suas práticas corporais com equilíbrio?
No terceiro encontro do Líderes, falamos sobre empatia!
No momento de prática corporal, voltamos nossa atenção para a coluna. Durante os exercícios, algumas participantes falaram sobre as dificuldades de fazer alguns exercícios físicos. Acabamos compartilhando este tema em roda: como desafiar os próprios limites, procurando sair de uma zona de conforto, mas sabendo respeitar o próprio corpo?
Foi aí que a Márcia falou de um vídeo, que ela assistiu no youtube, que mostra um bebê ensinando ginástica para uma turma de adultos. Muito fofo! Confiram abaixo:
Essa reflexão sobre os limites do próprio corpo também fez pensar em um artigo do escritor Rubem Alves, que questiona se o atletismo e certas modalidades de esportes competitivos são realmente saudáveis:
No momento de prática corporal, voltamos nossa atenção para a coluna. Durante os exercícios, algumas participantes falaram sobre as dificuldades de fazer alguns exercícios físicos. Acabamos compartilhando este tema em roda: como desafiar os próprios limites, procurando sair de uma zona de conforto, mas sabendo respeitar o próprio corpo?
Foi aí que a Márcia falou de um vídeo, que ela assistiu no youtube, que mostra um bebê ensinando ginástica para uma turma de adultos. Muito fofo! Confiram abaixo:
Essa reflexão sobre os limites do próprio corpo também fez pensar em um artigo do escritor Rubem Alves, que questiona se o atletismo e certas modalidades de esportes competitivos são realmente saudáveis:
Você vai assistir à Olimpíada de Pequim?
NÃO
Não vou ver as competições...
RUBEM ALVES
"Ensinou no Departamento de Educação Física da Unicamp um professor português que tinha uma tese curiosíssima sobre o atletismo. Ele dizia que o atletismo faz mal à saúde. Para provar seu ponto, perguntava: ‘Você conhece um atleta longevo? Quem vive muito são aquelas velhinhas sedentárias que tomam chá com bolo no fim da tarde'.
Florence Griffith Joyner, corpo fantástico, só músculos, a mulher mais rápida do mundo, deteve por dez anos os recordes mundiais dos 100 m dos 200 m. Dedicou toda a sua vida ao atletismo. Era o símbolo máximo da beleza olímpica. Um infarto a matou. Os animais não competem.
Não têm interesse em saber qual é o melhor. Se eles pulam e correm, o fazem pelo puro prazer de pular e correr. Minha cachorra Luna, é só soltá-la num campo aberto para que se transforme numa flecha. E eu fico a contemplá-la, assombrado pela performance do seu corpo que nunca fez atletismo. Por que ela corre?
Não é para pegar um coelho. Se corresse para pegar um coelho, sua corrida teria um objetivo prático, racional. Nem corre para provar que é mais rápida que outro cachorro. Se fosse esse o caso, estaria sendo movida pela mais pura motivação olímpica.
Numa Olimpíada, nenhum atleta executa sua atividade pelo prazer de executá-la. Cada atleta executa a sua coisa para provar-se o melhor de todos. O prêmio que o atleta recebe por sua performance não é algo que acontece com o seu corpo, como é o caso da minha cadela que corre pelo prazer de correr.
O seu prêmio é algo abstrato, fora do corpo, medido por números. O atleta só fica feliz quando a fita métrica ou o relógio dizem que a sua marca foi a melhor. Observe os corpos das nadadoras. São máquinas especializadas numa só função, treinadas por anos para derrotar a água.
Pois não é isso que são as provas de natação? Numa competição de natação, a nadadora luta contra a água. A água, sua inimiga, resiste. Ganha a atleta que ficar menos tempo dentro da água. O prazer da nadadora não está na água; está no cronômetro.
O sentido original da palavra ‘estresse' pertence à física, no campo da mecânica aplicada. Para determinar a resistência de um material, é preciso submetê-lo a ‘estresse', isto é, a forças, até o ponto de ele se partir. O ponto em que ele se parte é seu limite.
A competição é essencial ao atletismo porque é só por meio dela que se podem fazer comparações. Comparo vários materiais para determinar sua resistência. Comparo vários atletas para ver qual tem o melhor desempenho quando submetido ao estresse máximo.
O corpo de Florence Griffith Joyner não agüentou. Arrebentou como um fio arrebenta se seu limite é ultrapassado. Se o atletismo é isso, a tese do professor de educação física a que me referi acima está justificada. A competição é uma violência a que o corpo é submetido.
A imagem mais terrível que tenho dessa violência é a da corredora suíça, ao final de uma maratona, algumas Olimpíadas atrás [Los Angeles, 1984]. Chegando ao estádio, o corpo dela não agüentou. Os ácidos e o cansaço o transformaram numa massa amorfa assombrosamente feia.
Ele não queria continuar; desejava parar, cair. Mas isso lhe era proibido: uma ordem interna lhe dizia: obedeça, continue até o fim. Ninguém podia ajudá-la. Se alguém o fizesse, ela seria desclassificada. O locutor, comovido, louvava o extraordinário espírito olímpico daquela mulher.
Ele não compreendia o horror daquilo que ele considerava sublime. A competição, representada no seu ponto máximo pelas Olimpíadas, é o oposto do brinquedo. O brinquedo é uma atividade feliz. Por sua vontade, o corpo não competiria. Ele brincaria.
O corpo não gosta de competições e Olimpíadas porque elas existem sobre o estresse. E o estresse faz sofrer. Os atletas sofrem. Basta observar a máscara de dor nos seus rostos. O corpo vai contra a vontade, empurrado por um tipo que mora dentro da sua alma e que é dominado por uma obsessão narcísica.
Todo pódio é uma celebração do narcisismo. O que o espírito olímpico deseja é levar o corpo aos limites do estresse. E o limite do estresse é a morte. Não vou ver as competições. Mas vi o espetáculo maravilhoso da abertura. E verei o vôlei das meninas. E a ginástica. Porque é bonito... "
fonte: Folha de SP , 09/08/2008
Florence Griffith Joyner, corpo fantástico, só músculos, a mulher mais rápida do mundo, deteve por dez anos os recordes mundiais dos 100 m dos 200 m. Dedicou toda a sua vida ao atletismo. Era o símbolo máximo da beleza olímpica. Um infarto a matou. Os animais não competem.
Não têm interesse em saber qual é o melhor. Se eles pulam e correm, o fazem pelo puro prazer de pular e correr. Minha cachorra Luna, é só soltá-la num campo aberto para que se transforme numa flecha. E eu fico a contemplá-la, assombrado pela performance do seu corpo que nunca fez atletismo. Por que ela corre?
Não é para pegar um coelho. Se corresse para pegar um coelho, sua corrida teria um objetivo prático, racional. Nem corre para provar que é mais rápida que outro cachorro. Se fosse esse o caso, estaria sendo movida pela mais pura motivação olímpica.
Numa Olimpíada, nenhum atleta executa sua atividade pelo prazer de executá-la. Cada atleta executa a sua coisa para provar-se o melhor de todos. O prêmio que o atleta recebe por sua performance não é algo que acontece com o seu corpo, como é o caso da minha cadela que corre pelo prazer de correr.
O seu prêmio é algo abstrato, fora do corpo, medido por números. O atleta só fica feliz quando a fita métrica ou o relógio dizem que a sua marca foi a melhor. Observe os corpos das nadadoras. São máquinas especializadas numa só função, treinadas por anos para derrotar a água.
Pois não é isso que são as provas de natação? Numa competição de natação, a nadadora luta contra a água. A água, sua inimiga, resiste. Ganha a atleta que ficar menos tempo dentro da água. O prazer da nadadora não está na água; está no cronômetro.
O sentido original da palavra ‘estresse' pertence à física, no campo da mecânica aplicada. Para determinar a resistência de um material, é preciso submetê-lo a ‘estresse', isto é, a forças, até o ponto de ele se partir. O ponto em que ele se parte é seu limite.
A competição é essencial ao atletismo porque é só por meio dela que se podem fazer comparações. Comparo vários materiais para determinar sua resistência. Comparo vários atletas para ver qual tem o melhor desempenho quando submetido ao estresse máximo.
O corpo de Florence Griffith Joyner não agüentou. Arrebentou como um fio arrebenta se seu limite é ultrapassado. Se o atletismo é isso, a tese do professor de educação física a que me referi acima está justificada. A competição é uma violência a que o corpo é submetido.
A imagem mais terrível que tenho dessa violência é a da corredora suíça, ao final de uma maratona, algumas Olimpíadas atrás [Los Angeles, 1984]. Chegando ao estádio, o corpo dela não agüentou. Os ácidos e o cansaço o transformaram numa massa amorfa assombrosamente feia.
Ele não queria continuar; desejava parar, cair. Mas isso lhe era proibido: uma ordem interna lhe dizia: obedeça, continue até o fim. Ninguém podia ajudá-la. Se alguém o fizesse, ela seria desclassificada. O locutor, comovido, louvava o extraordinário espírito olímpico daquela mulher.
Ele não compreendia o horror daquilo que ele considerava sublime. A competição, representada no seu ponto máximo pelas Olimpíadas, é o oposto do brinquedo. O brinquedo é uma atividade feliz. Por sua vontade, o corpo não competiria. Ele brincaria.
O corpo não gosta de competições e Olimpíadas porque elas existem sobre o estresse. E o estresse faz sofrer. Os atletas sofrem. Basta observar a máscara de dor nos seus rostos. O corpo vai contra a vontade, empurrado por um tipo que mora dentro da sua alma e que é dominado por uma obsessão narcísica.
Todo pódio é uma celebração do narcisismo. O que o espírito olímpico deseja é levar o corpo aos limites do estresse. E o limite do estresse é a morte. Não vou ver as competições. Mas vi o espetáculo maravilhoso da abertura. E verei o vôlei das meninas. E a ginástica. Porque é bonito... "
fonte: Folha de SP , 09/08/2008
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Um Grúfalo? O que é um Grúfalo?
No segundo encontro de aprofundamento do projeto Líderes do Coração, o grupo trabalhou bastante a contação de histórias.
No exercício final, diversos grupos usaram alguns livros como base para contar histórias. Um destes livros foi O Grúfalo, de autoria de Julia Donaldson e com ilustrações de Axel Scheffler. O livro é da editora Brinque Book!
No site da editora Brinque Book, encontramos uma série de dicas de atividades indicadas para o professor. Vale a pena dar uma olhada abaixo.
No exercício final, diversos grupos usaram alguns livros como base para contar histórias. Um destes livros foi O Grúfalo, de autoria de Julia Donaldson e com ilustrações de Axel Scheffler. O livro é da editora Brinque Book!
No site da editora Brinque Book, encontramos uma série de dicas de atividades indicadas para o professor. Vale a pena dar uma olhada abaixo.
| O Grúfalo "O Grúfalo" é uma divertida fábula sobre os poderes da imaginação. Usando de astúcia e criatividade, um ratinho vai idealizando um monstro horrível e assustador — o grúfalo — e se diverte espantando seus predadores. Mas ele também se espanta ao ver sua imaginação personificada à sua frente. Motivação para a leitura · em duplas, usando sucata, criar o que as crianças imaginam que seja um monstro. Propostas de atividades 1. Leitura da história pelos alunos e pelo professor. 2. Fazer o levantamento das semelhanças e diferenças entre o grúfalo descrito no livro e os monstros criados pelas duplas. 3. Discutir as seguintes questões: - Por que o ratinho inventou o grúfalo? - Você sabe o que é um animal predador? - Quais animais o ratinho encontrou pelo caminho? - Por que esses animais foram gentis com o ratinho? (Nessa ocasião, o professor poderá registrar a fala do grupo para um futuro fechamento). 4. Refletir com a turma sobre a astúcia do ratinho. |
(As propostas acima estão publicadas no site da editora Brinque Book: http://www.brinquebook.com.br/pop-sugestao.php?livro_id=74
E encontramos no youtube um vídeo de uma animação inglesa, do canal BBC, baseada na história do Grúfalo. Muito fofo!!
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