terça-feira, 16 de outubro de 2012

Empreendedorismo e coerência no encontro do CEI Milton Santos


Em outubro, aconteceu o último encontro que trabalhou os dons do Líderes do Coração no Centro de Educação Infantil Milton Santos – antes do final do ano, acontecerá ainda mais um encontro de celebração do processo e confraternização dos participantes.

Sempre retomando a importância de respeitar a integridade do grupo, o encontro começou com uma pergunta: “O que eu gostaria de fazer agora para estar inteiro aqui?”. A partir das respostas, foram formados dois grupos: um que optou pelo relaxamento e outro que resolveu brincar.

Com todos novamente reunidos e íntegros, foi hora de assistir uma palestra que retomou todos os dons do líder do coração. Em seguida, cada um foi convidado a compartilhar com um colega uma história de sua vida profissional (algo que aconteceu na sala de aula ou na interação com colegas de equipe) em que conseguiu colocar em prática os dons do Líderes do Coração.

A partir dessa história, cada participante construiu um mapa de coerência:

- Para começar a construir o mapa, foi preciso pegar uma folha de papel e escrever o próprio nome no centro
- Em seguida, cada participante traçou um círculo envolvendo seu nome e, dentro deste círculo, três qualidades que acreditava já ter desenvolvido como líder do coração. *
- Para terminar, cada um desenhou um círculo mais externo, envolvendo o primeiro, com três qualidades que gostaria de desenvolver como líder do coração

* Para ficar mais interessante, sugerimos que os participantes troquem entre si na hora de escrever as qualidades que já possuem como líderes do coração, contando com os feedbacks dos colegas. Isso pode acontecer através de uma conversa, de uma dança ou de outra forma criativa!

Cada pessoa teve que escolher uma das três características que gostaria de desenvolver como líder e planejar cinco ações concretas para desenvolvê-la, a partir da pergunta: “Como eu posso experenciar [determinada característica, como respeito, auto-confiança] no meu dia-a-dia?” A idéia era que todos se comprometessem a exercitar e cultivar essa qualidade, considerando que as mudanças de atitude são um processo gradual, como o aprendizado de algo novo ou a prática de atividades físicas, que tem que ser feito regularmente, e que pode ter avanços e retrocessos.

Assim, com esse convite para levar a busca pela liderança do coração para a prática educativa e a convivência com os colegas para o dia-a-dia profissional, encerramos esse encontro. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dinâmica do Aquário

Um grupo (não muito grande) de pessoas dispostas a conversar, uma pergunta significativa, uma cadeira vazia para quem quiser chegar e contribuir para a conversa, e muitas ferramentas de escuta empática e comunicação assertiva. Assim é a dinâmica do Aquário, que aconteceu no encontro do dia 03 de setembro do Líderes do Coração – Educadores, que aconteceu no CEI Milton Santos.

A dinâmica do Aquário é ótima para fortalecer o dom da empatia e para conversar sobre temas importantes. Para começar, o grupo elege uma pergunta que vai nortear a conversa. No CEI Milton Santos, a questão foi:

“Para sermos uma organização melhor, a gente precisa conversar sobre o quê?”

A partir daí, o grupo, que é bem grande, organizou-se em duas rodas, uma dentro da outra:

- A roda menor, de dentro, era formada por quatro cadeiras (esse número pode variar, mas precisa ser pequeno), sendo que três eram ocupadas e a quarta ficava vazia. As três pessoas sentadas na roda menor começavam a conversar sobre a pergunta lançada. Para isso, elas utilizavam algumas ferramentas da comunicação empática: cada pessoa que falava tomava antes o bastão da fala (para ritualizar seu momento de dizer algo, estabelecendo uma pausa entre as falas) e procurava expressar sua idéia de forma clara, focando em soluções práticas para aquela situação. Outro recurso muito poderoso para esses momentos de conversa, que já citamos aqui, é o de falar a partir do EU, na hora de expressar sua idéia ou sentimento, e referir-se ao seu interlocutor usando a palavra VOCÊ. Isso ajuda a personalizar a conversa, fazendo com que as pessoas falem a partir das suas experiências e sentimentos (isso ajuda a trazer coerência!).

- A roda maior era formada pelo restante do grupo, que acompanha a conversa da roda menor central, escutando de forma ativa. As pessoas desta roda maior estão sempre convidadas a entrar na roda menor e a contribuir para a conversa, através do recurso da cadeira vazia: a qualquer momento, alguém da roda maior pode ocupar a cadeira vazia e “entrar” na conversa. Quando a cadeira vazia é ocupada, alguém do grupo menor que já está há mais tempo na conversa, e que sente que já contribuiu, pode sair. Vale lembrar que essa vinda de alguém para ocupar a cadeira vazia pode acontecer em qualquer momento da conversa, seja para trazer uma opinião ou experiência que reforce o tema que está sendo discutindo, seja para trazer algo inteiramente novo, mas que tenha a ver com a pergunta-mote inicial. Por exemplo, no caso do CEI Milton Santos, um tema que estava sendo discutido era como melhorar o processo de saída de um funcionário da organização. Em um dado momento, enquanto as pessoas da roda menor discutiam essa questão, alguém levantou, sentou na cadeira vazia e propôs um novo tema: gostaria de conversar sobre ferramentas para as pessoas de uma equipe de trabalho conhecerem melhor os projetos umas das outras.

Vale a pena levar a dinâmica do Aquário para organizações e grupos, na hora de discutir um tema importante!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Dinâmica: Diálogo para resolução de conflitos


 No encontro sobre empatia do Líderes do Coração no CEI Milton Santos, um dos temas importantes foi o da resolução de conflitos. Não só porque era algo que o grupo vinha trazendo, mas também porque a empatia tem a ver com a resolução de conflitos. E considerando que a comunicação empática e não-violenta é uma ferramenta poderosa para a criação de relacionamentos mais saudáveis e ambientes mais harmônicos, resolvemos facilitar esta dinâmica no encontro.

O exercício aconteceu em duplas. Cada pessoa deveria contar para seu colega uma cena de conflito que havia vivido, ou uma crítica que havia recebido. Depois, foi a vez da pessoa que contou o episódio pensar em uma nova forma de fazer uma crítica ou de conversar com a pessoa com a qual ele havia tido o conflito. 

Esta fala reformulada deveria contemplar algumas coisas:

- falar a partir do eu: quem está falando deve procurar expressar seus sentimentos (mesmo os negativos, como tristeza e irritação – isso é integridade!)
- retomar para seu interlocutor o evento ou fato que causou descontentamento
- propor uma solução prática e positiva para a questão, ao invés de apenas expressar sua raiva ou expor seus pontos negativos.

Por exemplo, uma frase como:

“Será que eu sempre tenho que fazer tudo, enquanto tem gente que não faz nada?”

Neste exercício, ela poderia ser retrabalhada da seguinte maneira (esse é apenas um exemplo hipotético):

“ Eu estou me sentindo sobrecarregado(a) por causa daquele momento em que você [citar o nome da pessoa, falar diretamente para ela] faltou para resolver problemas pessoais, me deixando sozinho(a) com a classe. Esse fato me deixou triste e com raiva. Por isso, eu gostaria de pedir para você resolver essas questões nos horários livres, ou então avisar com antecedência que vai faltar, para que eu possa pedir ajuda para outra pessoa da equipe.”

 Perceberam como muda bastante? A pessoa que fala nem está engolindo sua insatisfação nem está despejando sua raiva sobre o colega; ela está tentando um outro caminho, expondo seus sentimentos de irritação, pontuando o que não gostou com clareza, e propondo uma solução. Essas ferramentas, e muitas outras, tem a ver com os princípios da comunicação não-violenta.

O dom da empatia e a resolução de conflitos

Os dois últimos encontros do Programa Líderes do Coração no CEI Milton Santos, em agosto e setembro, abordaram, principalmente, o dom da empatia – sendo que o último já introduziu os dons da co-criação e do empreendedorismo.

Além destes dons, os encontros também abordaram a resolução de conflitos, já que esse tema estava vivo para o grupo – lembrando que perceber o que está vivo em um grupo é algo que tem a ver com o dom da integridade, e que temos praticado sempre nos encontros do Líderes do Coração.

Para citar um exemplo, no encontro do dia 03 de setembro, logo na roda inicial, várias pessoas comentaram que estavam chegando com sono e cansaço para a atividade. Acolhendo isso, a agenda de atividades foi ligeiramente mudada, e fizemos 15 minutos de relaxamento logo em seguida. Foi importante, neste momento, ouvir o grupo, e essa mudança no que foi programado em prol do que estava vivo naquele momento contribuiu para a qualidade das atividades seguintes. 

No primeiro encontro que trabalhou o dom da empatia, realizamos a dinâmica do Diálogo para resolução de conflitos. Confira no próximo post como facilitá-la.

O encontro seguinte, no dia 03/09, também seguiu com esses temas, apesar de ter começado a abordar os dons do empreendedorismo e da co-criação.

Após o relaxamento inicial, sobre o qual falamos acima, os participantes fizeram um exercício em que tiveram de traçar em uma folha de papel três pontos que representassem sua jornada de vida: o primeiro ponto simbolizando onde você está; o segundo, o próximo passo a ser dado; e o último, onde você quer chegar. Esse exercício pode refletir desde um objetivo prático (fazer uma faculdade, mudar de emprego) até uma meta mais filosófica e sutil. Em seguida, fizemos a dinâmica do Aquário, que trabalha a escuta empática e o diálogo a partir do que está vivo para o grupo no momento. Confira neste post como facilitar a dinâmica do Aquário. 

terça-feira, 10 de julho de 2012

Líderes do Coração na Associação Abraçar

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A Associação Abraçar, localizada na  Zona Leste de São Paulo, gerencia três Centros de Educação Infantil da região: o CEI Pequeno Polegar (Ponte Rasa), o CEI Pequeno Príncipe (Cohab Anchieta) e o CEI Pequena Sereia (Vila União).

No mês de maio de 2012, a Associação Abraçar contratou o SERVIRASER para realizar uma versão condensada do Programa Líderes do Coração, que deveria acontecer em dois encontros realizados durante as reuniões (paradas pedagógicas) mensais de cada CEI.

Esta edição do Líderes do Coração contou com cerca de 80 participantes, de todos os CEIS, envolvendo a equipe inteira, desde educadores de sala, cozinha e limpeza até a equipe de gestão (coordenação e direção).


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O primeiro encontro trabalhou os dons da integridade e da coerência (confira aqui mais informações sobre os sete dons do Líderes do Coração).

Neste encontro, aconteceram rodas de conversa sobre as maneiras de praticar a integridade na vida pessoal e profissional, e alguns exercícios (como senso-percepção, massagem e mapa do corpo) que ajudaram os participantes a perceberem suas sensações naquele momento e a fortalecer a consciência do próprio corpo.

Outra dinâmica bem interessante que facilitamos, otima para trabalhar a coerência, foi a roda de leitura de livros. A idéia é realizar uma leitura em grupo de um livro (usamos livros infantis nas nossas atividades), percebendo o que aquela história tem em comum com a vida de cada um. Após essa leitura coletiva, cada grupo elegeu uma das histórias pessoais levantadas para contá-la. No final, aconteceram algumas apresentações artísticas inspiradas pelas reflexões e histórias que surgiram a partir da leitura dos livros.

O encontro terminou com um Café Mundial (leia mais sobre essa ferramenta aqui), no qual os participantes conversaram sobre as seguintes perguntas:

"O que está vivo em mim agora?"

"O que eu gostaria de trabalhar no próximo encontro?"

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A pergunta acima, que encerrou o primeiro encontro, ajudou a definir os dons do Líder do Coração que foram trabalhados nos segundos encontros nos CEIs. Os temas, portanto, variaram de CEI para CEI, mas empatia, co-criação, liderança e poesia foram os mais votados, de forma geral, e por isso, foram os dons norteadores do segundo encontro.

Esses temas foram trabalhados por meio de palestras, debates em grupos e muitas músicas e vivências para gerar conexão e escuta entre os participantes, estimular a criatividade e a cooperação na criação de atividades lúdicas e artísticas e no planejamento de ações futuras.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Café Mundial e Espaço Aberto

Nós temos usado dois processos muito interessantes nos encontros do Líderes do Coração, que gostaríamos de compartilhar aqui: o Café Mundial ou World Café e o Espaço Aberto ou Open Space.

Esses dois processos tem sido cada vez mais usados em reuniões e eventos em diversas organizações ao redor do mundo. Nós aprendemos sobre eles com a comunidade do Art of Hosting (que pode ser traduzido como "a arte de anfitriar conversas significativas"), que tem trabalhado para divulgá-los e a quem nós, do Serviraser, somos muito gratos!

Para conhecer mais, você pode acessar o site http://www.artofhosting.org/home/ (em inglês) e o blog http://artofhostingbrasil.blogspot.com.br/ (em português).

Café Mundial

O Café Mundial ou World Café é uma ferramenta que potencializa o diálogo, a busca por soluções e a investigação de questões que sejam significativas para um grupo. Nesta dinâmica, um grupo é dividido em diversos grupos menores (de quatro a seis integrantes, por exemplo), que conversarão sobre uma ou mais perguntas, ao longo de algumas rodadas – e, no final de cada rodada, as pessoas trocam de grupo. Cada um desses grupos possui um anfitrião, que é aquele que ficará até o final do processo, e que será responsável por contar o que foi conversado no seu grupo. Os outros participantes são “viajantes”, que levarão idéias-chave para as novas rodas de conversa que integrarem. Após algumas rodadas, todos os participantes formarão um único grupo, que conversará em plenária sobre as reflexões e novas idéias que surgiram ao longo do processo.

A ferramenta do Café Mundial é bem flexível e pode ser aplicada de diversas formas, de acordo com a demanda de um grupo. Nós, do Serviraser, costumamos usar bastante o Café Mundial em nossos cursos e vivências. Você pode conhecê-la melhor acessando esse site: http://www.theworldcafe.com/translations/World_Cafe_Para_Viagem.pdf

Espaço Aberto – co-criação

O Espaço Aberto ou Open Space é uma metodologia que otimiza reuniões e eventos, possibilitando que as pessoas atuem como protagonistas, sugerindo temas e cuidando do processo, e não apenas como espectadores.

No Espaço Aberto, um grupo de pessoas elenca/”joga” uma série de temas de conversa. Cada um, então, decide sobre qual tema quer conversar e, assim, o grupo se auto-organiza de acordo com aquilo que está mais vivo – pode ser que sejam formados alguns subgrupos para discutir temas diversos, pode ser que um dos temas elencados no início seja tão forte que se forme um único grupo...

Uma vez formado o(s) grupo(s), fica valendo a lei dos dois pés: “Se você está em um lugar onde não esteja nem contribuindo nem aprendendo, use seus dois pés e vá para outro lugar”. Ou seja, todos estão livres para “passear” pelos grupos de discussão, de acordo com seu interesse naquele momento.

Para saber mais, vale a pena acessar o site da Co-criar: http://www.cocriar.com.br/ (e clicar em Open Space Tecnology). Esse texto, inclusive, foi inspirado por algumas definições de Espaço Aberto que encontramos lá. 

Empatia: criando espaços de escuta e reconhecimento


Depois da integridade, a empatia foi o segundo dom do Líderes do Coração trabalhado com os educadores da zona norte de São Paulo.

Para nós do Serviraser, a empatia é a capacidade de acolher as demandas e sentimentos do outro como legítimos e de valor, criando espaços de escuta e reconhecimento profundos de quem é o outro e por que ele é como é e age como age.

No Centro de Educação Infantil Milton Santos, foi bem interessante trabalhar a empatia em um momento em que o grupo (formado por educadores de diferentes organizações) tem trazido muitos questionamentos sobre relacionamentos com colegas de trabalho, resolução de conflitos e trabalho em equipe com harmonia.

Tudo isso emergiu em uma atividade que realizamos com os participantes, chamada Espaço Aberto ou Open Space (confiram no próximo post). Nesta atividade, todos foram convidados a lançar “pautas” para conversa, em forma de perguntas, e depois votaram nas que achavam mais importantes. Foi interessante observar, vendo as perguntas feitas e percebendo quais foram as mais votadas, o que estava vivo para o grupo naquele momento. E tinha tudo a ver com empatia! Confiram abaixo:




No próximo post, conheça melhor o Café Mundial e o Espaço Aberto, duas ferramentas usadas no Líderes do Coração.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Os sete dons

O Líderes do Coração é um programa do Serviraser, que visa criar espaços de prática para que facilitadores do desenvolvimento humano experimentem a beleza de liderar pelo amor, a partir de sete dons:

Integridade: ser verdadeiro com os próprios sentimentos e sensações, integrando-os à prática e ao discurso educativo.

Empatia: conseguir se colocar no lugar do outro e agir levando isso em consideração

Co-criação: Criar soluções com os outros, acolhendo o fluxo do que crianças e educadores trazem

Liderança: A arte de convidar os outros para a ação sem autoritarismo, mas com assertividade e entusiasmo

Empreendedorismo: Conseguir criar o contexto e as estratégias para realizar transformações, sem depender de "condições ideais" para agir

Poesia: Acessar e expressar na educação o lado criativo e belo da vida e de todas as coisas

Coerência: Saber falar e agir a partir da própria experiência, e não apenas baseado em teorias, encontrando em si mesmo aquilo que quer compartilhar com o mundo

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O poder da vulnerabilidade - Brené Brown

E por falar em integridade, o primeiro dom a ser trabalhado no programa Líderes do Coração em 2012, gostaríamos de compartilhar aqui no blog um vídeo da pesquisadora Brené Brown, que deu uma palestra bem interessante no TEDxHouston sobre o poder da vulnerabilidade.

Confiram!

Primeira parte:




Segunda parte:


terça-feira, 24 de abril de 2012

Dinâmica: conversa profunda


A conversa profunda é uma ótima ferramenta na facilitação de grupos e na vida em geral, pois ela ajuda a fortalecer vínculos e resolver conflitos. Deu para perceber que esta dinâmica nada mais é do que uma boa conversa, que pode acontecer em qualquer lugar e ocasião, e que pode (deve!) tornar-se parte da nossa vida.

Para ajudar a conversa a ser mais rica, criamos alguns combinados que devem nortear a dinâmica: ritualizar, ouvir com empatia, falar com o coração e aprofundar.

Ritualizar

Ritualizar uma conversa é uma forma de valorizar o momento de fala de cada um. Isso pode ser feito por meio de ações bem simples como:

- estabelecer um “bastão da fala”, ou seja, um objeto que tem a função de “dar a vez da fala” para qualquer pessoa da roda. Esse bastão da fala pode ser, inclusive, algo que tenha a ver com quem vai falar.
- dar uma pausa para se concentrar antes de começar a falar, respirando ou fechando os olhos por um instante.

Ouvir com empatia

Em uma conversa profunda, é importante ouvir o outro com interesse e empatia. Olhar nos olhos do seu interlocutor é uma boa forma de mostrar para ele que você está prestando atenção, o que pode ajudá-lo a se sentir mais à vontade. É importante lembrar que, enquanto escutamos alguém contar uma situação vivida ou falar de seus sentimentos, não devemos analisar suas ações ou julgar suas escolhas. Afinal, ouvir com empatia significa procurar se colocar no lugar da pessoa, com todo o respeito.

Falar com o coração

Uma conversa profunda abarca quaisquer assuntos: alegres e tristes, cotidianos e existenciais, enfim, qualquer tema que estiver vivo no momento. O importante é que cada pessoa, na sua vez de falar, procure ser verdadeira e contar aquilo que está se passando com ela. Isso tem tudo a ver com o próximo passo...

Aprofundar

Uma conversa pode ser longa e cheia de assuntos e nem assim ser profunda. Aprofundar, no nosso exercício, significa falar o que é essencial e o que está vivo, não importa o que seja. Por isso, essa dinâmica é desafiadora tanto para aqueles que são muito extrovertidos, pois correm o risco de tagarelar muito e ficar na superfície dos assuntos, quanto para os que são introvertidos, pois tem o desafio de vencer a barreira da timidez e se expor.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Dinâmica: Diário de sentimentos e sensações

Uma dinâmica bem interessante para trabalhar a integridade, que você pode propor para um grupo ou simplesmente aplicar na sua vida, é a do Diário de sentimentos e sensações.


EM GRUPO

Se você estiver facilitando uma atividade em grupo, poderá conduzir essa dinâmica como se fosse uma visualização. Proponha que todos fechem os olhos e respirem profundamente algumas vezes. Em seguida, sugira que comecem a lembrar tudo o que aconteceu naquele dia, desde a hora de despertar até o momento presente. Para estimular o grupo, descreva possíveis ações (como levantar da cama, escovar os dentes, tomar banho, preparar o café-da-manhã).

A segunda etapa do exercício traz um aprofundamento. Ao invés de apenas lembrar as ações e fatos do dia, é hora de lembrar os sentimentos e sensações. É hora de "colorir" aquilo que foi lembrado na etapa anterior: o aroma do sabonete e o calor do banho, o gosto do suco no café-da-manhã, o sentimento de alegria ao dar bom dia para os filhos, a preocupação com o atraso ao olhar o relógio antes de sair de casa, e por aí vai...

INDIVIDUAL

Essa mesma idéia do Diário de sensações e sentimentos pode ser aplicada individualmente, na vida cotiana. Que tal escrever um diário? Nos encontros com os educadores do Líderes do Coração, o Serviraser distribuiu alguns cadernos com textos inspiradores e duas perguntas que devem ser respondidas diariamente, durante um mês: "O que está vivo em mim agora?" e "Quais sentimentos e sensações eu consegui ou não consegui integrar hoje?".

Por que você não experimenta também? Escrever é uma poderosa ferramenta de auto-conhecimento. Registrar seus sentimentos todos os dias pode ajudar você a descobrir muitas coisas que poderiam passar despercebidas, além de trazer uma luz nova para aquilo que não foi integrado durante seu dia. Vale a pena!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Integridade: O que está vivo em mim agora?

Se alguém perguntar o que é integridade, certamente ouvirá como resposta: uma qualidade associada à honestidade, ao caráter incorruptível, às atitudes corretas.

Mas a integridade não é apenas isso.

Segundo a definição do dicionário, integridade é o “estado de uma coisa que tem todas as suas partes: a integridade de uma soma; qualidade do que é inteiro, completo; qualidade de uma pessoa íntegra, honesta, incorruptível.”

Lendo o verbete acima, percebemos que a integridade tem a ver com inteireza, com a capacidade de ter consciência do que sentimos e pensamos e de integrar isto com nossas ações. Afinal, quantas vezes não assumimos nossa raiva e não tomamos consciência do nosso medo? Quantas vezes agimos de uma forma que não reflete aquilo que realmente sentimos?

Daí a pergunta: O que está vivo em mim agora?, que colocamos no título deste post. A integridade tem a ver com a percepção de ser suficiente, sem precisar ser mais do que se é naquele momento.

É por isso que o dom da integridade abriu, em 2012, o Programa Líderes do Coração. Um educador amoroso e assertivo, um líder do coração, precisa ser capaz de acolher seus sentimentos e sensações de forma verdadeira e corajosa, antes de exercitar a coerência, a empatia, a co-criação e todos os outros dons.

Nós, do Serviraser, acreditamos que é essencial construir uma educação pautada por vínculos sinceros, e não uma educação em que educadores, fingindo estar bem, ensinam crianças a fingirem que estão bem. Esta educação fingida gera pessoas polidas na superfície, mas cheias de sentimentos violentos e desconhecidos nas profundezas.

Uma história infantil que ilustra bem esse quadro, e sobre a qual falamos em um dos encontros, é a do Pinocchio, que é um boneco de madeira cujo nariz cresce quando ele mente. À medida que a história avança, e Pinocchio amadurece através das suas experiências, ele consegue se tornar um garoto de carne e osso. Podemos pensar, então, em um Pinocchio desintegrado no começo da história, sem um corpo verdadeiro (apenas um corpo de boneco) e sempre mentindo (sem ter desenvolvido a capacidade de integrar emoções, pensamentos e ações). À medida que ele se torna capaz de ser verdadeiro, de ser quem ele é, ele se torna um ser humano de verdade. E é assim que acontece na vida, não?

“Uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica é propiciar as condições em que os educandos, em suas relações uns com os outros, e todos com o professor ou professora, ensaiem a experiência profunda de ASSUMIR-SE”.
(Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia)

Aguardem, nos próximos dias, as dinâmicas dos encontros!

Líderes do Coração em 2012

O Líderes do Coração continua em 2012 a todo vapor!

O Líderes é um programa do Serviraser que trabalha a liderança amorosa através de sete dons: integridade, empatia, coerência, liderança, co-criação, poesia e empreendedorismo.

Há dois anos, o projeto está levando essas ferramentas para educadores, pais e empreendedores da comunidade do Jaraguá, zona norte de São Paulo. Neste ano, estamos realizando a formação no CEI Milton Santos para cerca de 40 educadores e funcionários do próprio CEI, do CCA Alegria de Viver, da EMEI Antonieta de Barros, do CEI Elo de Amor, do CCA Catarina Kentenich e do Núcleo Educacional Santa Catarina.


O Líderes também está sendo levado para o Centro de Educação Infantil Lar de Crianças Ananda Marga, que fica no bairro Jardim Pery Alto, também na zona norte de São Paulo.


Acompanhem neste blog nossa jornada em 2012!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Integridade: oitavo encontro


O último encontro do grupo de aprofundamento do Líderes do Coração teve como tema a integridade – e, com isso, estabeleceu uma conexão com o primeiro tema do projeto: a coerência.

Naquele encontro, vimos que a coerência é a qualidade de realizar uma ação que esteja afinada com sua verdade interior. O movimento, neste primeiro dom, é “de dentro para fora”. Já no caso da integridade, procuramos trazer valores externos, nos quais acreditamos, para o nosso ser, num movimento “de fora para dentro”. A idéia, aqui, é alinhar sentimento, intelecto e ação, atuando de forma íntegra no mundo.

Para trabalhar esse dom, nada melhor do que voltar a atenção para nosso corpo! O último encontro trouxe uma série de exercícios de consciência corporal, que permitiram que todos vivenciássemos, no próprio corpo, os valores nos quais acreditamos, e que basearam nosso trabalho no grupo de aprofundamento do Líderes do Coração de 2011.

Este encontro teve, como alguns outros, uma convidada especial: a bailarina Elisa Costa, mestranda em Dança pela Unicamp. Elisa facilitou uma série de exercícios que trabalharam pés e coluna, que foram evoluindo até a criação de uma dança pessoal.

Confiram algumas fotos abaixo:












Como este foi o último encontro de 2011 do grupo de aprofundamento, tivemos um dia especial – e com um ritmo um pouco diferente. Ao invés do encontro de quatro horas, ficamos juntos o dia inteiro, com direito a um delicioso almoço vegetariano. Pela manhã, aconteceram os exercícios de corpo com a Elisa. E a tarde foi reservada para uma conversa sobre o processo do ano, com direito a troca de presentes e leitura de textos inspiradores!

APRENDIZADOS E DESAFIOS DE 2011

Nossa conversa de avaliação do grupo de aprofundamento foi pautada por quatro perguntas, que deveriam ser respondidas individualmente e depois compartilhadas para todo o grupo:

- O que foi incrível no grupo de aprofundamento?

- O que foi desafiador no grupo de aprofundamento?

- O que foi incrível quanto à aplicação do aprendizado na organização em que trabalha e na vida?

- O que foi desafiador quanto à aplicação do aprendizado na organização em que trabalha e na vida?

As respostas, quando compartilhadas, mostraram muitos aprendizados e desafios comuns. Algumas coisas apontadas como incríveis nos encontros foram: a escolha dos temas (dons da liderança do coração), as vivências de contação de histórias, a presença de facilitadores convidados (Fábio, Elisa e Paulo), a possibilidade de co-criar atividades nos encontros, a amorosidade do grupo e a possibilidade de rever os encontros no blog!

Já em relação ao que foi incrível na vida "fora" dos encontros, as líderes apontaram o seguinte: a ampliação da compreensão sobre o que é ser um líder do coração, a possibilidade de levar o aprendizado para o trabalho, facilitando atividades com os colegas e pais e/ou implementando um projeto de educação para a paz e o amor na organização, a boa aceitação dos colegas em relação a estas atividades, o aumento da auto-estima e da consciência da própria criatividade e, finalmente, o aumento de cuidado consigo mesma e de recursos para lidar com os outros.

Agora falando dos desafios! Para as líderes, os maiores desafios dos encontros foram: a falta de algumas participantes (por excesso de demandas no trabalho), o pouco tempo para estarmos juntos e o exercício de habilidades novas (acessar seus recursos criativos, falar em público, contar uma história). Em relação à vida pessoal e ao trabalho, os desafios foram: conseguir praticar regularmente as atividades sugeridas nos encontros e levar o aprendizado para os colegas de organização e para os pais das crianças.

E foi assim, aprendendo muito, contando histórias, dançando, cuidando do corpo, exercitando a escuta empática, fazendo pausas para respirar e cuidar de si, educando para o amor (sempre!), que terminamos o ano de 2011!

O Líderes do Coração continua em 2012, com um novo formato! Aguardem!!!