terça-feira, 16 de outubro de 2012

Empreendedorismo e coerência no encontro do CEI Milton Santos


Em outubro, aconteceu o último encontro que trabalhou os dons do Líderes do Coração no Centro de Educação Infantil Milton Santos – antes do final do ano, acontecerá ainda mais um encontro de celebração do processo e confraternização dos participantes.

Sempre retomando a importância de respeitar a integridade do grupo, o encontro começou com uma pergunta: “O que eu gostaria de fazer agora para estar inteiro aqui?”. A partir das respostas, foram formados dois grupos: um que optou pelo relaxamento e outro que resolveu brincar.

Com todos novamente reunidos e íntegros, foi hora de assistir uma palestra que retomou todos os dons do líder do coração. Em seguida, cada um foi convidado a compartilhar com um colega uma história de sua vida profissional (algo que aconteceu na sala de aula ou na interação com colegas de equipe) em que conseguiu colocar em prática os dons do Líderes do Coração.

A partir dessa história, cada participante construiu um mapa de coerência:

- Para começar a construir o mapa, foi preciso pegar uma folha de papel e escrever o próprio nome no centro
- Em seguida, cada participante traçou um círculo envolvendo seu nome e, dentro deste círculo, três qualidades que acreditava já ter desenvolvido como líder do coração. *
- Para terminar, cada um desenhou um círculo mais externo, envolvendo o primeiro, com três qualidades que gostaria de desenvolver como líder do coração

* Para ficar mais interessante, sugerimos que os participantes troquem entre si na hora de escrever as qualidades que já possuem como líderes do coração, contando com os feedbacks dos colegas. Isso pode acontecer através de uma conversa, de uma dança ou de outra forma criativa!

Cada pessoa teve que escolher uma das três características que gostaria de desenvolver como líder e planejar cinco ações concretas para desenvolvê-la, a partir da pergunta: “Como eu posso experenciar [determinada característica, como respeito, auto-confiança] no meu dia-a-dia?” A idéia era que todos se comprometessem a exercitar e cultivar essa qualidade, considerando que as mudanças de atitude são um processo gradual, como o aprendizado de algo novo ou a prática de atividades físicas, que tem que ser feito regularmente, e que pode ter avanços e retrocessos.

Assim, com esse convite para levar a busca pela liderança do coração para a prática educativa e a convivência com os colegas para o dia-a-dia profissional, encerramos esse encontro. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dinâmica do Aquário

Um grupo (não muito grande) de pessoas dispostas a conversar, uma pergunta significativa, uma cadeira vazia para quem quiser chegar e contribuir para a conversa, e muitas ferramentas de escuta empática e comunicação assertiva. Assim é a dinâmica do Aquário, que aconteceu no encontro do dia 03 de setembro do Líderes do Coração – Educadores, que aconteceu no CEI Milton Santos.

A dinâmica do Aquário é ótima para fortalecer o dom da empatia e para conversar sobre temas importantes. Para começar, o grupo elege uma pergunta que vai nortear a conversa. No CEI Milton Santos, a questão foi:

“Para sermos uma organização melhor, a gente precisa conversar sobre o quê?”

A partir daí, o grupo, que é bem grande, organizou-se em duas rodas, uma dentro da outra:

- A roda menor, de dentro, era formada por quatro cadeiras (esse número pode variar, mas precisa ser pequeno), sendo que três eram ocupadas e a quarta ficava vazia. As três pessoas sentadas na roda menor começavam a conversar sobre a pergunta lançada. Para isso, elas utilizavam algumas ferramentas da comunicação empática: cada pessoa que falava tomava antes o bastão da fala (para ritualizar seu momento de dizer algo, estabelecendo uma pausa entre as falas) e procurava expressar sua idéia de forma clara, focando em soluções práticas para aquela situação. Outro recurso muito poderoso para esses momentos de conversa, que já citamos aqui, é o de falar a partir do EU, na hora de expressar sua idéia ou sentimento, e referir-se ao seu interlocutor usando a palavra VOCÊ. Isso ajuda a personalizar a conversa, fazendo com que as pessoas falem a partir das suas experiências e sentimentos (isso ajuda a trazer coerência!).

- A roda maior era formada pelo restante do grupo, que acompanha a conversa da roda menor central, escutando de forma ativa. As pessoas desta roda maior estão sempre convidadas a entrar na roda menor e a contribuir para a conversa, através do recurso da cadeira vazia: a qualquer momento, alguém da roda maior pode ocupar a cadeira vazia e “entrar” na conversa. Quando a cadeira vazia é ocupada, alguém do grupo menor que já está há mais tempo na conversa, e que sente que já contribuiu, pode sair. Vale lembrar que essa vinda de alguém para ocupar a cadeira vazia pode acontecer em qualquer momento da conversa, seja para trazer uma opinião ou experiência que reforce o tema que está sendo discutindo, seja para trazer algo inteiramente novo, mas que tenha a ver com a pergunta-mote inicial. Por exemplo, no caso do CEI Milton Santos, um tema que estava sendo discutido era como melhorar o processo de saída de um funcionário da organização. Em um dado momento, enquanto as pessoas da roda menor discutiam essa questão, alguém levantou, sentou na cadeira vazia e propôs um novo tema: gostaria de conversar sobre ferramentas para as pessoas de uma equipe de trabalho conhecerem melhor os projetos umas das outras.

Vale a pena levar a dinâmica do Aquário para organizações e grupos, na hora de discutir um tema importante!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Dinâmica: Diálogo para resolução de conflitos


 No encontro sobre empatia do Líderes do Coração no CEI Milton Santos, um dos temas importantes foi o da resolução de conflitos. Não só porque era algo que o grupo vinha trazendo, mas também porque a empatia tem a ver com a resolução de conflitos. E considerando que a comunicação empática e não-violenta é uma ferramenta poderosa para a criação de relacionamentos mais saudáveis e ambientes mais harmônicos, resolvemos facilitar esta dinâmica no encontro.

O exercício aconteceu em duplas. Cada pessoa deveria contar para seu colega uma cena de conflito que havia vivido, ou uma crítica que havia recebido. Depois, foi a vez da pessoa que contou o episódio pensar em uma nova forma de fazer uma crítica ou de conversar com a pessoa com a qual ele havia tido o conflito. 

Esta fala reformulada deveria contemplar algumas coisas:

- falar a partir do eu: quem está falando deve procurar expressar seus sentimentos (mesmo os negativos, como tristeza e irritação – isso é integridade!)
- retomar para seu interlocutor o evento ou fato que causou descontentamento
- propor uma solução prática e positiva para a questão, ao invés de apenas expressar sua raiva ou expor seus pontos negativos.

Por exemplo, uma frase como:

“Será que eu sempre tenho que fazer tudo, enquanto tem gente que não faz nada?”

Neste exercício, ela poderia ser retrabalhada da seguinte maneira (esse é apenas um exemplo hipotético):

“ Eu estou me sentindo sobrecarregado(a) por causa daquele momento em que você [citar o nome da pessoa, falar diretamente para ela] faltou para resolver problemas pessoais, me deixando sozinho(a) com a classe. Esse fato me deixou triste e com raiva. Por isso, eu gostaria de pedir para você resolver essas questões nos horários livres, ou então avisar com antecedência que vai faltar, para que eu possa pedir ajuda para outra pessoa da equipe.”

 Perceberam como muda bastante? A pessoa que fala nem está engolindo sua insatisfação nem está despejando sua raiva sobre o colega; ela está tentando um outro caminho, expondo seus sentimentos de irritação, pontuando o que não gostou com clareza, e propondo uma solução. Essas ferramentas, e muitas outras, tem a ver com os princípios da comunicação não-violenta.

O dom da empatia e a resolução de conflitos

Os dois últimos encontros do Programa Líderes do Coração no CEI Milton Santos, em agosto e setembro, abordaram, principalmente, o dom da empatia – sendo que o último já introduziu os dons da co-criação e do empreendedorismo.

Além destes dons, os encontros também abordaram a resolução de conflitos, já que esse tema estava vivo para o grupo – lembrando que perceber o que está vivo em um grupo é algo que tem a ver com o dom da integridade, e que temos praticado sempre nos encontros do Líderes do Coração.

Para citar um exemplo, no encontro do dia 03 de setembro, logo na roda inicial, várias pessoas comentaram que estavam chegando com sono e cansaço para a atividade. Acolhendo isso, a agenda de atividades foi ligeiramente mudada, e fizemos 15 minutos de relaxamento logo em seguida. Foi importante, neste momento, ouvir o grupo, e essa mudança no que foi programado em prol do que estava vivo naquele momento contribuiu para a qualidade das atividades seguintes. 

No primeiro encontro que trabalhou o dom da empatia, realizamos a dinâmica do Diálogo para resolução de conflitos. Confira no próximo post como facilitá-la.

O encontro seguinte, no dia 03/09, também seguiu com esses temas, apesar de ter começado a abordar os dons do empreendedorismo e da co-criação.

Após o relaxamento inicial, sobre o qual falamos acima, os participantes fizeram um exercício em que tiveram de traçar em uma folha de papel três pontos que representassem sua jornada de vida: o primeiro ponto simbolizando onde você está; o segundo, o próximo passo a ser dado; e o último, onde você quer chegar. Esse exercício pode refletir desde um objetivo prático (fazer uma faculdade, mudar de emprego) até uma meta mais filosófica e sutil. Em seguida, fizemos a dinâmica do Aquário, que trabalha a escuta empática e o diálogo a partir do que está vivo para o grupo no momento. Confira neste post como facilitar a dinâmica do Aquário. 

terça-feira, 10 de julho de 2012

Líderes do Coração na Associação Abraçar

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A Associação Abraçar, localizada na  Zona Leste de São Paulo, gerencia três Centros de Educação Infantil da região: o CEI Pequeno Polegar (Ponte Rasa), o CEI Pequeno Príncipe (Cohab Anchieta) e o CEI Pequena Sereia (Vila União).

No mês de maio de 2012, a Associação Abraçar contratou o SERVIRASER para realizar uma versão condensada do Programa Líderes do Coração, que deveria acontecer em dois encontros realizados durante as reuniões (paradas pedagógicas) mensais de cada CEI.

Esta edição do Líderes do Coração contou com cerca de 80 participantes, de todos os CEIS, envolvendo a equipe inteira, desde educadores de sala, cozinha e limpeza até a equipe de gestão (coordenação e direção).


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O primeiro encontro trabalhou os dons da integridade e da coerência (confira aqui mais informações sobre os sete dons do Líderes do Coração).

Neste encontro, aconteceram rodas de conversa sobre as maneiras de praticar a integridade na vida pessoal e profissional, e alguns exercícios (como senso-percepção, massagem e mapa do corpo) que ajudaram os participantes a perceberem suas sensações naquele momento e a fortalecer a consciência do próprio corpo.

Outra dinâmica bem interessante que facilitamos, otima para trabalhar a coerência, foi a roda de leitura de livros. A idéia é realizar uma leitura em grupo de um livro (usamos livros infantis nas nossas atividades), percebendo o que aquela história tem em comum com a vida de cada um. Após essa leitura coletiva, cada grupo elegeu uma das histórias pessoais levantadas para contá-la. No final, aconteceram algumas apresentações artísticas inspiradas pelas reflexões e histórias que surgiram a partir da leitura dos livros.

O encontro terminou com um Café Mundial (leia mais sobre essa ferramenta aqui), no qual os participantes conversaram sobre as seguintes perguntas:

"O que está vivo em mim agora?"

"O que eu gostaria de trabalhar no próximo encontro?"

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A pergunta acima, que encerrou o primeiro encontro, ajudou a definir os dons do Líder do Coração que foram trabalhados nos segundos encontros nos CEIs. Os temas, portanto, variaram de CEI para CEI, mas empatia, co-criação, liderança e poesia foram os mais votados, de forma geral, e por isso, foram os dons norteadores do segundo encontro.

Esses temas foram trabalhados por meio de palestras, debates em grupos e muitas músicas e vivências para gerar conexão e escuta entre os participantes, estimular a criatividade e a cooperação na criação de atividades lúdicas e artísticas e no planejamento de ações futuras.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Café Mundial e Espaço Aberto

Nós temos usado dois processos muito interessantes nos encontros do Líderes do Coração, que gostaríamos de compartilhar aqui: o Café Mundial ou World Café e o Espaço Aberto ou Open Space.

Esses dois processos tem sido cada vez mais usados em reuniões e eventos em diversas organizações ao redor do mundo. Nós aprendemos sobre eles com a comunidade do Art of Hosting (que pode ser traduzido como "a arte de anfitriar conversas significativas"), que tem trabalhado para divulgá-los e a quem nós, do Serviraser, somos muito gratos!

Para conhecer mais, você pode acessar o site http://www.artofhosting.org/home/ (em inglês) e o blog http://artofhostingbrasil.blogspot.com.br/ (em português).

Café Mundial

O Café Mundial ou World Café é uma ferramenta que potencializa o diálogo, a busca por soluções e a investigação de questões que sejam significativas para um grupo. Nesta dinâmica, um grupo é dividido em diversos grupos menores (de quatro a seis integrantes, por exemplo), que conversarão sobre uma ou mais perguntas, ao longo de algumas rodadas – e, no final de cada rodada, as pessoas trocam de grupo. Cada um desses grupos possui um anfitrião, que é aquele que ficará até o final do processo, e que será responsável por contar o que foi conversado no seu grupo. Os outros participantes são “viajantes”, que levarão idéias-chave para as novas rodas de conversa que integrarem. Após algumas rodadas, todos os participantes formarão um único grupo, que conversará em plenária sobre as reflexões e novas idéias que surgiram ao longo do processo.

A ferramenta do Café Mundial é bem flexível e pode ser aplicada de diversas formas, de acordo com a demanda de um grupo. Nós, do Serviraser, costumamos usar bastante o Café Mundial em nossos cursos e vivências. Você pode conhecê-la melhor acessando esse site: http://www.theworldcafe.com/translations/World_Cafe_Para_Viagem.pdf

Espaço Aberto – co-criação

O Espaço Aberto ou Open Space é uma metodologia que otimiza reuniões e eventos, possibilitando que as pessoas atuem como protagonistas, sugerindo temas e cuidando do processo, e não apenas como espectadores.

No Espaço Aberto, um grupo de pessoas elenca/”joga” uma série de temas de conversa. Cada um, então, decide sobre qual tema quer conversar e, assim, o grupo se auto-organiza de acordo com aquilo que está mais vivo – pode ser que sejam formados alguns subgrupos para discutir temas diversos, pode ser que um dos temas elencados no início seja tão forte que se forme um único grupo...

Uma vez formado o(s) grupo(s), fica valendo a lei dos dois pés: “Se você está em um lugar onde não esteja nem contribuindo nem aprendendo, use seus dois pés e vá para outro lugar”. Ou seja, todos estão livres para “passear” pelos grupos de discussão, de acordo com seu interesse naquele momento.

Para saber mais, vale a pena acessar o site da Co-criar: http://www.cocriar.com.br/ (e clicar em Open Space Tecnology). Esse texto, inclusive, foi inspirado por algumas definições de Espaço Aberto que encontramos lá. 

Empatia: criando espaços de escuta e reconhecimento


Depois da integridade, a empatia foi o segundo dom do Líderes do Coração trabalhado com os educadores da zona norte de São Paulo.

Para nós do Serviraser, a empatia é a capacidade de acolher as demandas e sentimentos do outro como legítimos e de valor, criando espaços de escuta e reconhecimento profundos de quem é o outro e por que ele é como é e age como age.

No Centro de Educação Infantil Milton Santos, foi bem interessante trabalhar a empatia em um momento em que o grupo (formado por educadores de diferentes organizações) tem trazido muitos questionamentos sobre relacionamentos com colegas de trabalho, resolução de conflitos e trabalho em equipe com harmonia.

Tudo isso emergiu em uma atividade que realizamos com os participantes, chamada Espaço Aberto ou Open Space (confiram no próximo post). Nesta atividade, todos foram convidados a lançar “pautas” para conversa, em forma de perguntas, e depois votaram nas que achavam mais importantes. Foi interessante observar, vendo as perguntas feitas e percebendo quais foram as mais votadas, o que estava vivo para o grupo naquele momento. E tinha tudo a ver com empatia! Confiram abaixo:




No próximo post, conheça melhor o Café Mundial e o Espaço Aberto, duas ferramentas usadas no Líderes do Coração.