terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dinâmica do Aquário

Um grupo (não muito grande) de pessoas dispostas a conversar, uma pergunta significativa, uma cadeira vazia para quem quiser chegar e contribuir para a conversa, e muitas ferramentas de escuta empática e comunicação assertiva. Assim é a dinâmica do Aquário, que aconteceu no encontro do dia 03 de setembro do Líderes do Coração – Educadores, que aconteceu no CEI Milton Santos.

A dinâmica do Aquário é ótima para fortalecer o dom da empatia e para conversar sobre temas importantes. Para começar, o grupo elege uma pergunta que vai nortear a conversa. No CEI Milton Santos, a questão foi:

“Para sermos uma organização melhor, a gente precisa conversar sobre o quê?”

A partir daí, o grupo, que é bem grande, organizou-se em duas rodas, uma dentro da outra:

- A roda menor, de dentro, era formada por quatro cadeiras (esse número pode variar, mas precisa ser pequeno), sendo que três eram ocupadas e a quarta ficava vazia. As três pessoas sentadas na roda menor começavam a conversar sobre a pergunta lançada. Para isso, elas utilizavam algumas ferramentas da comunicação empática: cada pessoa que falava tomava antes o bastão da fala (para ritualizar seu momento de dizer algo, estabelecendo uma pausa entre as falas) e procurava expressar sua idéia de forma clara, focando em soluções práticas para aquela situação. Outro recurso muito poderoso para esses momentos de conversa, que já citamos aqui, é o de falar a partir do EU, na hora de expressar sua idéia ou sentimento, e referir-se ao seu interlocutor usando a palavra VOCÊ. Isso ajuda a personalizar a conversa, fazendo com que as pessoas falem a partir das suas experiências e sentimentos (isso ajuda a trazer coerência!).

- A roda maior era formada pelo restante do grupo, que acompanha a conversa da roda menor central, escutando de forma ativa. As pessoas desta roda maior estão sempre convidadas a entrar na roda menor e a contribuir para a conversa, através do recurso da cadeira vazia: a qualquer momento, alguém da roda maior pode ocupar a cadeira vazia e “entrar” na conversa. Quando a cadeira vazia é ocupada, alguém do grupo menor que já está há mais tempo na conversa, e que sente que já contribuiu, pode sair. Vale lembrar que essa vinda de alguém para ocupar a cadeira vazia pode acontecer em qualquer momento da conversa, seja para trazer uma opinião ou experiência que reforce o tema que está sendo discutindo, seja para trazer algo inteiramente novo, mas que tenha a ver com a pergunta-mote inicial. Por exemplo, no caso do CEI Milton Santos, um tema que estava sendo discutido era como melhorar o processo de saída de um funcionário da organização. Em um dado momento, enquanto as pessoas da roda menor discutiam essa questão, alguém levantou, sentou na cadeira vazia e propôs um novo tema: gostaria de conversar sobre ferramentas para as pessoas de uma equipe de trabalho conhecerem melhor os projetos umas das outras.

Vale a pena levar a dinâmica do Aquário para organizações e grupos, na hora de discutir um tema importante!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Dinâmica: Diálogo para resolução de conflitos


 No encontro sobre empatia do Líderes do Coração no CEI Milton Santos, um dos temas importantes foi o da resolução de conflitos. Não só porque era algo que o grupo vinha trazendo, mas também porque a empatia tem a ver com a resolução de conflitos. E considerando que a comunicação empática e não-violenta é uma ferramenta poderosa para a criação de relacionamentos mais saudáveis e ambientes mais harmônicos, resolvemos facilitar esta dinâmica no encontro.

O exercício aconteceu em duplas. Cada pessoa deveria contar para seu colega uma cena de conflito que havia vivido, ou uma crítica que havia recebido. Depois, foi a vez da pessoa que contou o episódio pensar em uma nova forma de fazer uma crítica ou de conversar com a pessoa com a qual ele havia tido o conflito. 

Esta fala reformulada deveria contemplar algumas coisas:

- falar a partir do eu: quem está falando deve procurar expressar seus sentimentos (mesmo os negativos, como tristeza e irritação – isso é integridade!)
- retomar para seu interlocutor o evento ou fato que causou descontentamento
- propor uma solução prática e positiva para a questão, ao invés de apenas expressar sua raiva ou expor seus pontos negativos.

Por exemplo, uma frase como:

“Será que eu sempre tenho que fazer tudo, enquanto tem gente que não faz nada?”

Neste exercício, ela poderia ser retrabalhada da seguinte maneira (esse é apenas um exemplo hipotético):

“ Eu estou me sentindo sobrecarregado(a) por causa daquele momento em que você [citar o nome da pessoa, falar diretamente para ela] faltou para resolver problemas pessoais, me deixando sozinho(a) com a classe. Esse fato me deixou triste e com raiva. Por isso, eu gostaria de pedir para você resolver essas questões nos horários livres, ou então avisar com antecedência que vai faltar, para que eu possa pedir ajuda para outra pessoa da equipe.”

 Perceberam como muda bastante? A pessoa que fala nem está engolindo sua insatisfação nem está despejando sua raiva sobre o colega; ela está tentando um outro caminho, expondo seus sentimentos de irritação, pontuando o que não gostou com clareza, e propondo uma solução. Essas ferramentas, e muitas outras, tem a ver com os princípios da comunicação não-violenta.

O dom da empatia e a resolução de conflitos

Os dois últimos encontros do Programa Líderes do Coração no CEI Milton Santos, em agosto e setembro, abordaram, principalmente, o dom da empatia – sendo que o último já introduziu os dons da co-criação e do empreendedorismo.

Além destes dons, os encontros também abordaram a resolução de conflitos, já que esse tema estava vivo para o grupo – lembrando que perceber o que está vivo em um grupo é algo que tem a ver com o dom da integridade, e que temos praticado sempre nos encontros do Líderes do Coração.

Para citar um exemplo, no encontro do dia 03 de setembro, logo na roda inicial, várias pessoas comentaram que estavam chegando com sono e cansaço para a atividade. Acolhendo isso, a agenda de atividades foi ligeiramente mudada, e fizemos 15 minutos de relaxamento logo em seguida. Foi importante, neste momento, ouvir o grupo, e essa mudança no que foi programado em prol do que estava vivo naquele momento contribuiu para a qualidade das atividades seguintes. 

No primeiro encontro que trabalhou o dom da empatia, realizamos a dinâmica do Diálogo para resolução de conflitos. Confira no próximo post como facilitá-la.

O encontro seguinte, no dia 03/09, também seguiu com esses temas, apesar de ter começado a abordar os dons do empreendedorismo e da co-criação.

Após o relaxamento inicial, sobre o qual falamos acima, os participantes fizeram um exercício em que tiveram de traçar em uma folha de papel três pontos que representassem sua jornada de vida: o primeiro ponto simbolizando onde você está; o segundo, o próximo passo a ser dado; e o último, onde você quer chegar. Esse exercício pode refletir desde um objetivo prático (fazer uma faculdade, mudar de emprego) até uma meta mais filosófica e sutil. Em seguida, fizemos a dinâmica do Aquário, que trabalha a escuta empática e o diálogo a partir do que está vivo para o grupo no momento. Confira neste post como facilitar a dinâmica do Aquário.