sexta-feira, 30 de setembro de 2011

DINÂMICA DIREITA-ESQUERDA

Esta dinâmica é muito divertida, ótima para treinar a atenção e a coordenação motora. Organize o grupo em uma roda, e ensine o seguinte versinho:

Para cima, para baixo, para frente e para trás

Para direita, para esquerda, para frente, descansar

E agora, muita atenção, vamos dar a meia volta

Outra vez a meia volta, para frente, para trás


Durante a atividade, é só seguir as orientações do verso usando uma parte do corpo. Comece com os braços, depois as pernas, os pés, os ombros, os olhos (!)... Solte a criatividade!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sobre a arte - Rainer Maria Rilke


No sexto encontro do Líderes do Coração 2011, falamos de (e praticamos) arte. Confira um dos textos usado durante as atividades do dia:
         Sobre a arte – Rainer Maria Rilke

"Pois arte é infância. Arte significa não saber que o mundo já é, e fazer um. Não destruir nada que se encontra, mas simplesmente não achar nada pronto. Nada mais que possibilidades. Nada mais que desejos. E, de repente, ser realização, ser verão, ter sol. Sem que se fale disso, involuntariamente. Nunca ter terminado. Nunca ter o sétimo dia. Nunca ver que tudo é bom. Insatisfação é juventude.

Transpiração - Itamar Assumpção




No sexto encontro do Líderes do Coração, falamos de (e praticamos) arte. Confira um dos poemas usado em uma das atividades:

Transpiração – Itamar Assumpção
A inspiração vem de onde?
Pergunta para mim alguém
Repondo talvez de longe
De avião barco ou bonde?
Vem com meu bem de Belém
Vem com você neste trem
Das entrelinhas de um livro
Da morte de um ser vivo
Das veias de um coração
Vem de um gesto preciso
Vem de um amor vem do riso
Vem por alguma razão
Vem pelo sim pelo não
Vem por uma gaivota
Vem pelos bichos da mata
Vem lá do céu vem do chão
Vem da medida exata
Vêm dentro da tua carta
Vem do Azerbadjão
Vem pela transpiração
A inspiração vem de onde?
De onde?
A inspiração vem de onde?
De onde?
Vem da tristeza, alegria.
Do canto da cotovia
Vem do luar do sertão
Vem de uma noite fria
Vem olha só quem diria
Vem pelo raio e trovão
No beijo desta paixão
A inspiração vem de onde?
De onde? 

Palavra-corpo - Chacal


No sexto encontro do Líderes do Coração, falamos de (e praticamos) arte. Confira um dos poemas usado em uma das atividades:

Palavra-Corpo – Chacal
a palavra vive no papel
com vírgulas hífens crases reticências
leva uma vida reclusa de carmelita descalça

corpo palavra

o corpo aprendeu a ler na rua
com manchetes de jornais
jogadas na cara pelo vento
com gírias palavrões
zoando no ouvido
com gritos e sussurros
impressos na pele

palavra corpo
a palavra quer sair de si
a palavra quer cair no mundo
a palavra quer soar por aí
a palavra quer ir mais fundo
a palavra funda
a palavra quer
a palavra fala
- eu quero um corpo!

corpo palavra

o corpo sabe letras com gosto
de carne osso unha e gente
o corpo lê nas entrelinhas
o corpo conhece os sinais
o corpo não mente
o corpo quer dizer o que sabe
o corpo sabe
o corpo quer
o corpo diz:
- fala palavra!!!

No meio do caminho - Carlos Drummond de Andrade


No sexto encontro do Líderes do Coração, falamos de (e praticamos) arte. Confira um dos poemas usado em uma das atividades:


No meio do caminho – Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Irmandade - Octavio Paz


No sexto encontro do Líderes do Coração, falamos de (e praticamos) arte. Confira um dos poemas usado em uma das atividades:

Irmandade – Octavio Paz
Tradução de Antônio Moura

Sou homem duro pouco
E é enorme a noite.
Mas olho para cima
As estrelas escrevem.
Sem entender compreendo
Também sou escritura
e neste mesmo instante
alguém me soletra.

Explicação de Poesia sem ninguém pedir - Adélia Prado


No sexto encontro do Líderes do Coração, falamos de (e praticamos) arte. Confira um dos poemas usado em uma das atividades:
Explicação de Poesia sem ninguém pedir - Adélia Prado
Um trem-de-ferro é uma coisa mecânica,
mas atravessa a noite, a madrugada, o dia,
atravessou minha vida,
virou só sentimento.

O Eco - Cecília Meireles


No sexto encontro do Líderes do Coração, falamos de (e praticamos) arte. Confira um dos poemas usado em uma das atividades:

Eco – Cecília Meirelles

O menino pergunta ao eco
onde é que ele se esconde.
Mas o eco só responde: "Onde? Onde?"

O menino também lhe pede:
"Eco, vem passear comigo!"

Mas não sabe se eco é amigo
ou inimigo.
Pois só lhe ouve dizer:


"Migo!"

Sexto encontro: apresentação dos grupos


No encontro sobre poesia, nossas lideres do coração dividiram-se em três grupos para criar cenas a partir da leitura de alguns poemas.

Confira os resultados abaixo:

Primeiro Grupo: "O Eco", de Cecília Meireles




Segundo grupo - "Explicação da poesia sem ninguém pedir", de Adélia Prado





Terceiro grupo: "Explicação da poesia sem ninguém pedir”







Após as apresentações dos três grupos, fizemos uma rodada de feedbacks - ou, como gostamos de chamar, lovebacks - para conversarmos sobre cada cena, apontando o que cada grupo tinha trazido de belo e o que poderia melhorar. Surgiram várias reflexões interessantes.

Uma das cenas, por exemplo, inspirada pelo poema "Explicação da poesia sem ninguém pedir", de Adélia Prado,mostrava os encontros e despedidas que acontecem em uma estação de trem. A apresentação gerou várias sensações diferentes na platéia: para algumas pessoas, o que a cena tinha de mais marcante era a alegria do encontro entre amigos; para outros, a cena tinha um tom mais triste por representar a despedida entre duas pessoas; para outra, ainda, a cena tinha um tom mais prosaico, refletindo o cotidiano agitado das estações de trem e metrô.

A cena tinha todos esses elementos - e muitos outros -, e o legal ‚ que cada espectador interpretou o que foi mostrado de acordo com suas próprias vivências e com o seu estado de espírito no momento. Quem estava certo? Todos! Afinal, em arte, não existe a resposta certa!

Poesia: sexto encontro


Nosso sexto encontro começou com a exibição de um trecho do filme "Em busca da Terra do Nunca", que conta a história do escritor J.M. Barrie, o criador de Peter Pan. O filme mostra como o autor inspirou-se em pessoas e fatos do seu dia-a-dia para escrever sua obra mais famosa, um verdadeiro clássico da literatura infantil.





Na cena que assistimos, J.M. Barrie dança com seu cão, no meio de um parque, para quatro meninos. Estes garotos são convidados a escolher como querem ver aquela apresentação: enxergar apenas um maluco, abraçado com um cachorro, ou ver um domador de feras, valsando com um enorme urso no meio do picadeiro?
Nós também temos, sempre, essa opção de escolher como olhamos para algo. Como encaramos nosso trabalho com educação? Como vemos nossas crianças? Como planejamos nossas atividades? Vemos apenas o óbvio ou vamos além, procurando enxergar o que não tínhamos percebido e descobrir beleza nas coisas?

Para abordar tudo isso, abarcando as outras habilidades já  trabalhadas (coerência, empatia, co-criação e liderança), nosso sexto encontro teve como tema a poesia.
No começo do encontro, para deixar nossa atenção e nossa percepção espacial mais apuradas, fizemos a brincadeira da direita e da esquerda. Confira aqui como facilitar

Depois da dinâmica e do filme, foi hora da criação!


Primeiro, o grupo experimentou diferentes formas de ler a mesma poesia (No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade). Caminhando pelo espaço, todos leram o poema, em voz alta, de diferentes maneiras: dando gargalhadas, com tristeza, com raiva... Durante esta atividade, percebemos como um texto pode ser desconstruído de muitas formas. E não só através da leitura. Um poema como No meio do caminho pode virar uma cena de teatro, uma performance, uma partitura corporal.

Para experimentar tudo isso de forma mais profunda, as educadoras foram divididas em três grupos, que receberam algumas poesias (leia todas as poesias do encontro nos próximos posts) com a proposta de criar uma apresentação artística a partir de um dos textos - ou até mais de um!

No próximo post, confira os vídeos das apresentações e as reflexões geradas por elas!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O cachorro vira-lata: contando histórias com objetos

Olha só que legal: a Joseane escreveu um post contando como foi facilitar a contação de histórias com objetos da caixa  para crianças da CEI Milton Santos, onde ela trabalha:


O cachorro vira-lata

                                  Por Joseane Almeida

Era uma vez um cachorro que se chamava Iscubidu. Ele morava num pote, usava boné, fazia bolinha de sabão para as crianças e tinha um tapete para limpar as patas.

Um dia, Iscubidu conheceu o pato Lupi, que fazia quá, quá. Eles ficaram muito amigos e brincavam de pega-pega e esconde-esconde.

Iscubidu vivia nas ruas e gostava de ajudar as pessoas enchendo os pneus dos seus carros.

Essa história foi construída pelas crianças da CEI Milton Santos, de quatro anos, utilizando a técnica de contação de histórias com elementos-surpresa.

E você, consegue apontar os sete objetos usados na história?

Resposta: Cachorro e pato de madeira, um pote de requeijão, um potinho de bolinha de sabão, um pedaço de pano e uma bomba de ar (para encher pneu de bicicleta).